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Imagine entrar em um supermercado e perceber que, de alguma forma, ele parece ter sido feito especialmente para você. As prateleiras estão repletas de produtos que remetem à sua cultura, seus hábitos e até suas preferências regionais. Essa experiência personalizada não é obra do acaso; é fruto de uma estratégia bem pensada que envolve um olhar profundo sobre o comportamento humano. É aqui que a antropologia entra em cena.
A antropologia social é o estudo das culturas e comportamentos humanos. Embora tradicionalmente associada ao estudo de tribos distantes e costumes exóticos, a antropologia está muito mais próxima do nosso cotidiano do que imaginamos. Nos supermercados, nas interações diárias e até nas prateleiras que escolhemos, a antropologia desempenha um papel crucial em compreender e atender às necessidades dos consumidores. Para as grandes redes varejistas, entender quem são seus clientes e quais são suas necessidades culturais, pode ser a diferença entre ser apenas mais uma loja ou se tornar um espaço de conexão verdadeira.
O varejo pode ser visto como um reflexo das diversas culturas que atende. No Brasil, um dos países mais culturalmente ricos do mundo, essa diversidade se torna ainda mais evidente. As redes de supermercados enfrentam o desafio de atender a uma clientela variada, do Norte ao Sul, onde tradições, costumes e preferências de consumo mudam drasticamente.
Como, então, as grandes redes podem criar uma experiência que atenda às especificidades regionais e culturais? A resposta está em ir além dos números e das pesquisas de mercado tradicionais. É necessário estudar o que está por trás das escolhas do consumidor, incluindo as histórias que ele carrega, os rituais que segue e as tradições que valoriza. É isso que a antropologia ajuda a desvendar.
Gina Fong, uma antropóloga especializada em comportamento do consumidor, ilustra esse ponto com um exemplo simples, mas impactante. Em uma rede de supermercados, ela observou que muitos clientes tinham dificuldade em escolher abacates maduros. A solução? Dividir os abacates em categorias como “maduro hoje” e “maduro em alguns dias”. Essa abordagem, baseada em um entendimento mais profundo das necessidades dos consumidores, facilitou a vida dos clientes, aumentando as vendas e a satisfação geral. Esse exemplo demonstra que pequenas adaptações, muitas vezes não captadas por dados tradicionais, podem ter um impacto profundo, revelando insights valiosos através da observação antropológica.
Uma história de sucesso global vem da IKEA, que aplica estudos antropológicos para entender como diferentes culturas organizam e usam seus lares. Com base nesses insights, a marca adapta seus produtos para melhor atender a diferentes regiões, promovendo uma conexão mais profunda com os consumidores locais. Por exemplo, a IKEA ajusta o design e a funcionalidade de seus móveis para refletir as preferências culturais de cada região, o que não só impulsiona as vendas, mas também solidifica a lealdade à marca.
Da mesma forma, em um estudo realizado em Lima, no Peru, os supermercados começaram a compreender o valor cultural de certos produtos e ajustaram suas prateleiras para incluir itens que refletissem as tradições locais. O resultado? Maior fidelização e um espaço de compras onde os consumidores se sentiram representados e valorizados.
Agora, imagine o Brasil. De um lado, consumidores que esperam encontrar carne de sol no Nordeste, erva-mate no Sul e açaí no Norte. De outro, supermercados que, em um mercado cada vez mais competitivo, precisam não só oferecer esses produtos, mas também criar uma experiência de compra que faça sentido para cada público regional.
Esse é o desafio: como criar um espaço que seja, ao mesmo tempo, universal e particular? A resposta está na antropologia. Com uma abordagem antropológica, redes de supermercados podem adaptar seu mix de produtos e a organização das lojas para refletir as preferências culturais de cada região. Essa adaptação vai além de simples estratégias de marketing; trata-se de uma conexão profunda com os hábitos de consumo locais.
O uso da antropologia no varejo revela que os consumidores não são apenas números, mas indivíduos com histórias, tradições e identidades culturais únicas. Aqueles que conseguem enxergar além das estatísticas, têm a oportunidade de transformar seus negócios em verdadeiros centros de conexão humana. A pergunta que fica é: até que ponto você está disposto a ir para entender profundamente seus consumidores?
Adaptar-se à diversidade cultural e regional vai muito além de oferecer um produto. Exige uma compreensão profunda das motivações e valores que guiam as escolhas de cada cliente. Sua empresa está preparada para esse desafio? Você está pronto para criar uma experiência que verdadeiramente ressoe com quem seus clientes são e o que eles representam?
O futuro do varejo pertence àqueles que não apenas vendem produtos, mas constroem relacionamentos duradouros, baseados na empatia e no entendimento cultural. Na Solvis, estamos aqui para ajudá-lo a encontrar as soluções ideais e ouvir a voz do seu cliente, fornecendo insights valiosos que possibilitarão decisões assertivas e uma verdadeira conexão com o seu público. Deixe-nos ser o seu parceiro na jornada para transformar o varejo e criar experiências que encantem e fidelizem.
Autor: Sergio Inglez
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